Os vegetarianos são mais propensos a sofrer de depressão do que os que comem carne, um novo estudo sugere

Pesquisadores nos EUA revisaram 18 estudos publicados de 1997 a 2019 que examinaram a relação entre a saúde mental e o consumo de carne em um total de 160.257 pessoas.

Os autores citaram um estudo de 2012 que sugeriu que uma dieta vegetariana poderia ser escolhida por alguns com distúrbios mentais “como uma forma de segurança ou comportamento auto-protetor” devido à percepção de que as dietas baseadas em plantas são mais saudáveis.

O trabalho de pesquisa de 2020, conduzido por especialistas da Universidade do Sul de Indiana e da Universidade do Alabama, concluiu que vegetarianos e veganos tinham taxas “significativamente” mais altas ou risco de depressão, ansiedade e autodestruição.

Publicado na revista Critical Reviews in Food Science and Nutrition, a pesquisa concluiu que um em cada três vegetarianos sofre de depressão ou ansiedade.

Também foi sugerido que evitar a carne era um “marcador de comportamento” para aqueles com saúde mental já ruim, porém isso exigiria mais investigação.

“Aqueles que evitavam o consumo de carne tinham taxas significativamente mais altas ou risco de depressão, ansiedade e/ou comportamentos de auto-flagelação”, o estudo concluiu.

A pesquisa diz que enquanto “o vegetarianismo por razões éticas ou religiosas é anterior à história moderna”, a escolha de se tornar um vegetariano por razões de saúde é um “fenômeno recente” que começou no século XIX e início do século XX.

“Dado que há um século atrás a ciência da nutrição estava na sua infância, os primeiros argumentos para a superioridade das dietas ‘sem carne’ para a saúde foram moldados mais por sentimentos religiosos e morais do que por evidências empíricas”, diz o estudo.

Em anos mais recentes, as investigações sobre os efeitos nutricionais de não comer carne “tornaram-se cada vez mais contraditórias”.

De acordo com os autores, 11 dos 18 estudos incluídos no relatório demonstraram que a abstenção da carne estava associada a uma saúde psicológica mais pobre, quatro não chegaram a uma conclusão definitiva e três mostraram que vegetarianos e veganos tinham melhores resultados.

“Os estudos mais rigorosos demonstraram que a prevalência ou risco de depressão e/ou ansiedade eram significativamente maiores nos participantes que evitavam o consumo de carne”, os autores concluíram.

Do total de 160.257 participantes, 149.559 eram consumidores de carne e 8.584 eram consumidores de carne de regiões geográficas incluindo Europa, Ásia e EUA.

No entanto, os autores salientaram que as evidências que ligam o vegetarianismo a distúrbios mentais “não são inequívocas” e que seu estudo não apóia evitar o consumo de carne para “benefícios psicológicos gerais à saúde”.

Dr Edward Archer, da Universidade do Alabama e um dos autores do estudo, disse: “Enquanto os riscos e benefícios das dietas veganas e vegetarianas são debatidos há séculos, nossos resultados mostram que os consumidores de carne têm melhor saúde psicológica.

“Estes achados têm implicações ao definir o que constitui uma ‘dieta saudável’. A saúde mental pode precisar ser enfatizada ao avaliar os benefícios e riscos de determinados padrões dietéticos”.

Echoing the report’s findings, Aseem Malhotra, uma cardiologista consultora do Serviço Nacional de Saúde (NHS), disse em um tweet: “Em geral, se você quer evitar o aumento do risco de depressão, ansiedade e comportamento auto-flagelante, então coma carne.

“Se você é vegano ou vegetariano por razões éticas, então por favor invista pessoalmente em estratégias para proteger sua saúde mental.”